CONSERVADORES DOS EUA PREFEREM MORATÓRIA A DISTRIBUIR RENDA


Apenas uns anos atrás, uma poderosa ideologia – a crença nos mercados totalmente livres e sem mecanismos reguladores, também conhecida como neoliberalismo – levou o mundo à beira da ruína. Inclusive em seus dias de apogeu, desde os princípios dos anos 80 até 2007, o capitalismo desregulado ao estilo norte-americano trouxe maior bem estar material apenas para os mais ricos no país mais rico do mundo. Desde então, durante os 30 anos de ascensão desta ideologia, a maioria dos norte-americanos sentiam que suas rendas declinavam caminhando para o estancamento ano após ano.
Além disso, o crescimento da produção nos EUA não era mais economicamente sustentável. Com a renda nacional sendo destinada a tão poucos, o crescimento só podia continuar através do financiamento do consumo, financiamento garantido pela crescente acumulação concentrada no sistema financeiro.
Eu estava entre aqueles que esperavam que, de alguma maneira, a crise financeira pudesse ensinar aos americanos (e a outros) uma lição acerca de que o caminho da prosperidade sustentável passava pela necessidade de uma maior distribuição da renda, uma regulação mais forte da economia e um melhor equilíbrio entre os interesses do mercado e do governo, (governo este voltado para investimentos no bem estar público). A eleição de Obama e a volta dos democratas ao poder fez reforçar essa minha esperança.
Desgraçadamente, este não foi o caso. Ao contrário, o ressurgimento de uma economia neoliberal, impulsionada, como sempre, por uma ideologia voltada para os interesses de uma elite mesquinha e concentradora de renda, uma vez mais ameaça a economia mundial – ou ao menos as economias da Europa e América do Norte onde as idéias neoliberais continuam florescendo.
Nos EUA, este ressurgimento dos conservadores pretende derrubar as leis básicas da matemática e da economia, ou seja, pretendem provar que quanto menor distribuição de renda haverá mais produção, consumo e empregos. Os neoliberais ameaçam obrigar o país a uma moratória da dívida nacional. Se o Congresso ordena gastos que superem a receita haverá um déficit e esse déficit deverá ser financiado. Ao invés de equilibrar cuidadosamente os benefícios de cada programa de gasto público com os custos de aumentar os impostos para financiar esses benefícios, os conservadores buscam utilizar um pesado martelo – não permitir que a dívida nacional cresça o que força o governo a limitar os gastos e adequá-los aos atuais impostos.
Isso deixa em aberto a questão sobre que gastos são prioridade – e se os gastos para pagar interesses sobre a divida nacional não são obtidos, uma moratória é inevitável. Ademais, cortar os gastos agora, em meio de uma crise em curso provocada pelo neoliberalismo inevitavelmente só prolongaria a recessão.
Há uma década, em meio ao auge econômico, os EUA enfrentavam um superávit tão grande que ameaçou eliminar a dívida nacional. Mas incontáveis reduções de impostos e financiamento de guerras, uma recessão importante e crescentes custos de atendimento à saúde – impulsionados em parte pelo compromisso da administração George Bush da dar às cias farmacêuticas renda farta na fixação de preços, inclusive com dinheiro do governo em jogo - rapidamente transformaram um enorme superávit em déficits recordes.
Os remédios para o déficit dos EUA são: por os EUA imediatamente a produzir mediante o estímulo da economia; por fim às guerras sem sentido; controlar os gastos militares, aumentar impostos, principalmente sobre os mais ricos, que são muitos e muito...muito ricos. Mas os conservadores não querem saber de nada disso, ao contrário, estão pressionando para obter ainda mais reduções de impostos para si e para suas corporações, continuando a insistir na política de Bush, junto com mais cortes em gastos sociais o que agravará o futuro da economia dos EUA destruindo o que resta do contrato social. O setor financeiro dos EUA também tem pressionado fortemente para liberar-se das regulamentações, de forma que possa voltar às suas formas anteriores e desastrosas de proceder.
Lamentavelmente, os mercados financeiros e os economistas conservadores entendem o problema exatamente ao contrário: eles crêem que a austeridade produz confiança, e a confiança produz crescimento.
Porém a austeridade sufoca o crescimento, piorando a situação fiscal do governo.
Realmente, necessitamos outra experiência desastrosa e que tem fracassado repetidamente? Não deveríamos, mas parece que vamos ter que enfrentar outra crise. Um fracasso nos EUA e na Europa em voltar ao crescimento sólido seria mal para a economia mundial e voltaríamos a enfrentar um encolhimento de nosso crescimento que vai de vento em popa. Obama ainda resiste o quanto pode, mas lamentavelmente, a menos que prevaleçam as mentes sábias, este é o caminho ao qual o mundo se dirige.

ÁRVORES RARAS NA AVENIDA PAULISTA

Onde hoje fica o parque Tenente Siqueira Campos, conhecido como parque Trianon, inaugurado em 1892, estendia-se uma enorme mata, chamada de Caagaçu – que em tupi quer dizer, justamente, mata grande. Ela cobria toda a região da Avenida Paulista, que divide o rio Tietê e o rio Pinheiros, e quando houve o loteamento, que abriu caminho para a mais paulista das avenidas, o que restou de abundante flora ganhou grades e virou parque. No entanto, algumas das espécies nativas permaneceram lá, e hoje são tratadas como verdadeiros tesouros da cidade, dada a raridade. O ambientalista Ricardo Cardim, indicou algumas árvores que são a cara e a raiz de São Paulo. Entre elas estão os grandiosos jequitibá-branco, jatobá e anjico branco, cada um deles com quase 200 anos. “São árvores que demoram muito para crescer” informa Cardim. “E para chegar ao porte em que estão leva séculos”. Também rara, encontra-se lá a frutífera uvaia, cujo fruto, um dia, já foi muito consumido por índios e paulistanos, conforme conta o especialista.
Jequitibá-branco

anjico-branco

Já no quesito nomes curiosos, o parque abriga a açoita-cavalo – que como o nome sugere, tinha seus galhos flexíveis usados como chicote – o pau-ferro, duríssima, quando atingida pelo machado chegava a produzir faíscas; o Jacarandá-bico-de-pato, que dá um fruto que lembra o bico da ave; o pau-tucano, que tem esse nome porque suas flores crescem em cachos amarelos e, de longe dá a impressão de que ela está cheia de tucanos.
Bico de tucano

Cardim conta que grande parte dessas árvores encontra-se no trecho do parque próximoà alameda Casa Branca, onde também fica a ponte que atravessa a alameda Santos. Isso porque é ali que se concentra a mata nativas. O jequitibá branco de lá, por exemplo, é um dos mais velhos da cidade de São Paulo. E o bacana é que ele já viu passar tropeiros por baixo dele e hoje passam pessoas com laptops embaixo do braço.
açoita cavalo

GOOGLE E FACEBOOK SÃO OS CONCORRENTES DOS JORNAIS


Os veículos tradicionais de imprensa devem passar a preocupar-se mais com a concorrência de sites como o Google e o Facebook do que com seus tradicionais rivais.

É assim que pensa o jornalista espanhol Juan Luis Cebrián, 66, fundador do El País e presidente do Grupo Prisa, que, além do jornal, é dono da Santillana, grupo editorial ao qual pertence a brasileira Moderna.

Os jornais nasceram no começo do século 19, com a Revolução Industrial e a democracia representativa. Formam parte do establishment e das instituições da democracia moderna. Se alguém leva a Folha ou o Estado de S. Paulo debaixo do braço, está se identificando com algo. Um jornal é uma bandeira, de certa maneira. E na internet não há bandeiras. Jornal é uma concepção do mundo. Da primeira página à última está oferecendo uma visão sobre o que acontece. Está explicando a realidade aos usuários. Na rede não há intermediários. Na internet, é comum que o protagonista de uma notícia seja aquele que a conte. O relato das revoluções do norte da África foi feito por aqueles que as fizeram. O mesmo sistema para convocá-las foi usado para conta-las, por meio do Twitter.

Os diários já não dão notícias. Todo mundo já sabe as notícias quando vai ler os jornais. Os jornais explicam, fazem análises, debatem. O competidor da Folha não é o Estado de S. Paulo, é o Google, o Facebook, estes são nossos competidores reais. E não queremos admitir porque não sabemos como competir com eles.

A rede é algo que se constrói a partir da experiência dos usuários. O Twitter, por exemplo. Jack Dorsey nunca imaginou que ele se tornaria um sistema de transmissão de notícias ou para convocar grandes manifestações. Dorsey inventou o Twitter porque gostava de fazer mapas e não sabia como colocar as pessoas nos mapas que fazia. O Facebook não nasceu para ser uma rede social. Provavelmente Mark Zuckerberg não teorizou a ideia de uma rede social. Enquanto o Google nasceu com a intenção de ser um buscador mais potente, nada mais. O que determinou a transformação desses sites foi o uso que as pessoas fizeram deles. Não foi a decisão dos que desenharam os programas que determinou seu destino, mas sim a experiência dos usuários que construíram essa força na internet. A pergunta mais importante é “um jornal pode migrar para a rede?”. Até agora a resposta tem sido negativa. Não houve veículo que foi capaz de fazer essa migração. O problema está no fato de que um jornal na internet não é um jornal, é uma outra coisa. Sou radical nesse sentido, inclusive quando falamos da credibilidade das marcas. Até agora nenhuma das marcas tradicionais da imprensa escrita foi capaz de migrar para as operações virtuais com sucesso.

Texto extraído do site Observatório da Imprensa

META CLIMÁTICA EUROPÉIA RECEBE MAIS UM GOLPE

MANIFESTAÇÃO - ANTONIO BERNI

O Parlamento Europeu rejeitou ontem (6/7) uma resolução que apoiaria metas mais ambiciosas no corte das emissões de gases do efeito estufa até 2020, aumentando de 20% para 30% em relação aos níveis de 1990. Os membros do parlamento votaram contra a resolução após uma série de emendas, propostas por conservadores, enfraquecerem a integra do texto, denunciam parlamentares Verdes. A resolução elaborada por um parlamentar do Partido Verde, Bas Eickhout, não era compulsória, porém pretendia sinalizar apoio político para o aumento do corte de emissões, reportou o Financial Times.
Eickhout reclamou que a sua resolução havia sido "sequestrada" após parlamentares de centro-direita terem inserido uma emenda que tornaria o aumento da meta condicional. A votação, que apenas adia uma decisão, pois o assunto continuará a ser debatido, vem duas semanas após a Polônia, atual líder rotativo da UE, declarar que é contra a adoção de uma meta maior para o corte de emissões.
Toda esta rejeição é um sinal que o ímpeto das políticas climáticas está cada vez mais fraco na UE em meio a contensões de gastos devido à instabilidade financeira no bloco. A consultoria Thomson Reuters Point Carbon publicou uma nota na qual diz acreditar que a UE ainda adotará uma meta de redução de 25% das emissões até 2020, mesmo com toda a oposição da Polônia.
"Se, como nós esperamos, a UE adotar a meta de redução de 25% durante a primeira metade de 2012, seria necessário o corte de emissões na ordem de 1 bilhão de toneladas durante a terceira fase do esquema europeu de comércio de emissões", estima o gerente comercial da Thomson Reuters Point Carbon Kat Brevik.
A crise econômica que explodiu em 2009 ao redor do mundo contribuiu muito para a redução das emissões de gases do efeito estufa na Europa e por isso alguns países, como França, Alemanha e Reino Unido, defendem que faria muito mais sentido uma meta mais ambiciosa para 2020. A Comissão Europeia estima que a meta de 30% custaria apenas 0,54% do PIB do bloco, exigindo US$ 118 bilhões.

*Com informações de agências internacionais.

O SUDÃO É UM RETRATO DOS DILEMAS AFRICANOS


Sudão, palavra árabe usada pelos geógrafos muçulmanos ao descreverem “a terra do negros”, é um exemplo clássico de como a interferência dos colonizadores europeus e seus interesses econômicos descaracterizaram completamente o continente africano levando muitos países a um caos do qual não conseguiram se erguer até hoje.

A África sofre um dilema provocado pela colonização européia: formaram-se colônias que englobaram diversas tribos e etnias. Quando da descolonização as fronteiras herdadas do período colonial foram mantidas. Assim a maioria das nações africanas são multiétnicas e muitas etnias estão espalhadas por vários países como é o caso dos haisas que se espalham do Sudão à Costa do Marfim com maior concentração na Nigéria.
O Sudão não foge à regra. É formado por duas regiões bem distintas e várias etnias conflitantes. O sul, com 20% da população e 25% do território é formado por florestas, savanas e pântanos e habitado por africanos negros não islamizados, que na maioria são das etnias dinka, nuer, shelluk e azende praticando cultos étnicos tradicionais. O norte é árido, na grande maioria islâmico e culturalmente árabe, embora haja muitas etnias e tribos e a população descendente em grande parte dos Nubios, Bejas, Hausas e outros povos de pele negra, alguns dos quais falam língua própria.

HISTÓRIA

O Egito anexou o Sudão em 1820, mas em 1879 os britânicos intervieram no Egito e o Sudão tornou-se colônia inglesa. Quando o Egito com, Gamal Abdel Nasser, recuperou sua independência, os britânicos deram independência ao Sudão (1956), mas o Sul rebelou-se e lutou até obter autonomia em 1972 o que deu à região 10 anos de paz.

Em 1983 o presidente do Sudão Gasfar Nimeiry rompeu o acordo ao transformar o Sudão em república federativa, dividiu o sul em vários estados e impôs leis de caráter islâmico em todo o país. O sul novamente se rebelou sob a liderança do coronel Garang e a guerra civil reiniciou.

Em 1989 assume através de um golpe o Gen. Osmar Albashir, até hoje no poder no Sudão. Al-Bashir perseguiu oposicionistas, convidou Osama Bin Laden a se estabelecer no país e aprofundou a ofensiva no sul anexando a maior parte do território. Mas o sul de Garang conseguiu o apoio internacional que isolou o governo de Al-Bashir.

Nos anos 2000, pressionado pelo isolamento internacional Al-Bashir procurou apaziguar o Ocidente e fazer um acordo com o sul. Em 2005 negociou um acordo em Nairóbi que devolveu a autonomia ao sul e marcou um plebiscito sobre a separação em seis anos, realizado em janeiro de 2011. As regiões petrolíferas, situadas na área limite entre sul e norte seriam partilhadas. O governo Obama ofereceu a Al-Bashir retirar as sanções que pesam contra o país e perdoar parte da dívida se o compromisso for cumprido.

O plebiscito, realizado em janeiro deste ano teve comparecimento de 96% da população com vitória esmagadora dos partidários da autonomia do sul.

Encerra-se assim uma luta que deixou quase 2 milhões de mortos, a maioria civis. Houve sim um genocídio no Sudão mas o clima de permanente conflito não deve terminar com a separação. O fundamentalismo islâmico vê a separação como uma vitória do ocidente, no norte do Sudão lideres religiosos alegam fraude no plebiscito e dizem que a separação do sul é parte do plano do ocidente de enfraquecer o mundo islâmico.

SOCIEDADE DE CONSUMO OU VIDA – NÃO HÁ LUGAR PARA AMBOS NO PLANETA.


Viver em um mundo com necessidades ilimitadas, com 20% da humanidade consumindo 86% de tudo o que é produzido no planeta, leva os dirigentes dos países a buscarem, como objetivo central, o crescimento econômico que possibilite a elevação do padrão de vida de suas populações.
Nos últimos anos, virou moda salientar o sucesso chinês. Segundo relatório do Instituto da Terra, comandado pelo economista Lester Brown, os chineses já alcançaram os americanos no consumo per capitã de carne suína e agora, concentram suas energias em aumentar o consumo de carne bovina. No entanto, para elevar o consumo per capitã na China, aos níveis do consumo médio americano, serão necessários 49 milhões de toneladas adicionais. Se tudo isso for produzido com gado confinado, ao estilo americano, seriam necessárias 343 milhões de toneladas anuais de grãos, um volume igual a toda a colheita dos Estados Unidos.
No mesmo raciocínio, apenas para citar mais dois exemplos: caso os dirigentes chineses quisessem elevar o consumo de carne de peixe aos níveis japoneses, toda a produção de pescado mundial teria de ser direcionada à China, e, caso desejassem obter o mesmo padrão de automóveis dos americanos, consumiriam sozinhos 10% a mais que todo o petróleo que se extrai atualmente.
Nesse ritmo, é muito pouco provável que o planeta possa repetir, nos países em desenvolvimento, o mesmo padrão de acumulação que prevaleceu até hoje nos países desenvolvidos, mesmo porque não se pode esquecer o outro bilhão de indianos e os demais 2 bilhões de pessoas que habitam os países em desenvolvimento.
Tal visão deve-se ao fato de os economistas tratarem o meio ambiente como um subsistema da economia e, dessa forma, como um sistema fechado e estático. No entanto é a economia que está contida no meio ambiente, e, conseqüentemente, não pode ser pensada como um processo estático, mas sim, dinâmico.
Assim, os princípios da ecologia devem fornecer o arcabouço teórico para que os “ecoeconomistas”  possam modelar uma nova economia que seja sustentável não só ambiental, como também socialmente.
Texto de Fabio Tadeu Araújo

EXTINÇÃO HISTÓRICA AMEAÇA VIDA NOS OCEANOS


As mudanças climáticas, a pesca predatória e a poluição atuam nos oceanos de uma forma cada vez mais intensa, que não havia sido antecipada. Esta é uma das principais conclusões de um estudo feito por especialistas do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto, segundo informações da BBC Brasil. Cerca de 75% dos corais correm sério risco de extinção, segundo os cientistas. A pesquisa, que será apresentada nesta semana na sede da ONU, em Nova York, durante encontro sobre os oceanos, reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.
”As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos”, alertou Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.
Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes. A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano. Consequentemente, há um aumento também do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar. Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa – Alex Rogers.
Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.
O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estando agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de extinção.

Entre as medidas que o estudo recomenda que sejam tomadas imediatamente estão o fim da pesca predatória, especialmente em alto mar, onde, atualmente há pouca regulamentação; mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes, como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos; e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.
*Texto original TN SUSTENTÁVEL

Macaco rouba câmera de fotógrafo e faz um autorretrato


Primata roubou equipamento de David Slater e, curioso, começou a clicar.

Caso ocorreu em parque nacional na ilha de Sulawesi, na Indonésia.

Um fotógrafo se surpreendeu com as imagens feitas por um macaco da espécie Macaca nigra, que roubou sua câmera e acabou fazendo um "sorridente" autorretrato em um pequeno parque nacional na ilha de Sulawesi, na Indonésia.
David Slater contou que o primata começou a investigar o equipamento e se fascinou com seu reflexo na lente antes de começar a disparar cliques sem perceber, inclusive o curioso retrato acima.
A imagem está perfeitamente centralizada, apesar de fora do eixo - como é comum ocorrer inclusive entre humanos que tentam posar para a própria câmera. Alguns sites divulgaram a foto com o eixo corrigido, o que dá um ar ainda mais profissional ao primata

DERRETIMENTO DO ÁRTICO ACELERA DISPUTA PELAS RIQUEZAS

Sob o gelo do Ártico há 83 bilhões de barris de petróleo. É o triplo para o estimado do pré-sal brasileiro. Tem também gás natural para abastecer o planeta por 14 anos. Isso dá ao Ártico 20% dos combustíveis fósseis ainda não explorados no mundo. Estão ainda lá minérios como ferro, carvão, urânio, ouro e diamantes. Cobiçando essas riquezas estão Canadá, Estados Unidos, Noruega, Rússia e Groenlândia. Rússia e Groenlândia estão investindo em expedições científicas, propaganda pressão militar e diplomática para abocanhar uma parte da região.
A reserva ficou intacta até hoje porque era inalcançável. Além do frio rigoroso, dos longos períodos com poucas horas de claridade, dos ventos fortes, havia a gigantesca camada de gelo. Em janeiro de 2011 a extensão de gelo do Ártico era de 13,5 milhões de Km quadrados, a menor para o mês desde o início dos registros em 1979 e o gelo que sobrou é 40% mais fino que anteriormente.
Com menos gelo o Ártico tornou-se finalmente acessível à exploração econômica em larga escala e justamente num período em que o preço do barril de petróleo saltou de US$ 17 dólares (1999) para US$ 115 (2011) por barril.
A passagem Noroeste

Além disso o derretimento liberou uma passagem marítima ligando a Ásia à América do Norte e à Europa que é 7000 KM mais curta que o canal do Panamá. Esta passagem deverá estar totalmente liberada o ano todo para a navegação até 2020 com o continuo derretimento do Ártico.
É para 2020 também a previsão do início das explorações petrolíferas na região e as empresas já estão correndo atrás como a britânica BP e a Russa Rosneft. Até lá os países tentam ganhar suas batalhas pelo controle da região nos tribunais. Ao contrário da Antártica que é uma massa de terra cercada por oceanos, o Ártico é composto basicamente por oceanos e as discussões sobre quem é dono de uma parcela de água é mais complicada. O debate é regulado por uma norma da ONU de 1982, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CDM) Por essa lei um país pode explorar economicamente os recursos naturais e combustíveis fósseis até 370 Km da costa. Se um país apresentar evidências geológicas de que sua plataforma continental se estende além de 370 KM pode explorar com exclusividade uma área de 648 Km distante da costa.. Esse é o argumento que os países interessados no Ártico preparam para apresentar no Tribunal Internacional para a Lei do Mar, na ONU.
Com o início da exploração do Ártico outra questão que surge é o impacto ambiental. Colocar mais pressão nessa região, que já sofre com o aquecimento global, aumenta o risco de colapso do ecossistema do mundo inteiro, sem falar do impacto da queima de mais 83 bilhões de barris de petróleo mundo afora.

DESASTRES CLIMÁTICOS SÃO RESPONSÁVEIS PELA CRISE MUNDIAL DE ALIMENTOS

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), com sede em Roma, alertou no início dos anos que os preços mundiais do arroz, do trigo, do açúcar, da cevada e da carne seguirão altos ou registrarão significativos aumentos em 2011, podendo replicar a crise de 2007-2008. O aumento dos preços já está afetando vários países em desenvolvimento. Nações como Índia e outras do leste e do sudoeste da Ásia sofrem inflação de dois dígitos, impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia. Na Bolívia, o governo se viu obrigado a reduzir os subsídios a alguns dos alimentos da cesta básica, já que estavam provocando uma disparada no déficit fiscal.
As implicações no curto prazo não são apenas que os pobres serão afetados e que mais gente poderá ser arrastada para a pobreza, mas sim que ficará mais difícil a recuperação dos países que enfrentam uma maior inflação e cairá o poder aquisitivo dos consumidores em geral. Alguns bancos centrais estão endurecendo suas políticas monetárias e governos estão se vendo obrigados a apertar o cinto.
Em setembro passado, Moçambique já havia sofrido revoltas populares pelos altos preços do pão. Cerca de 13 pessoas morreram nestes protestos. Ocorreram manifestações em uns 30 países em 2008 e isso pode se repetir agora uma vez que a situação não mudou nos últimos três anos. Os países mais vulneráveis são os mais dependentes das importações e os menos capazes de enfrentar o aumento dos preços nos mercados com políticas públicas. Isso concerne a muitas das nações mais pobres, com menos recursos, menos instituições e menos mecanismos públicos para apoiar a produção de alimentos.
No final do ano passado ocorreram protestos na China pelos altos preços das refeições dos estudantes do ensino secundário, e na Argélia, pelo aumento do preço da farinha, do leite e do açúcar. Os argelinos voltaram a tomar as ruas na semana passada para protestar contra as duras condições econômicas. As manifestações terminaram com três mortos e centenas de feridos, enquanto que, na vizinha Tunísia, distúrbios similares causaram pelo menos 20 vítimas fatais.
Segundo o índice da FAO divulgado na semana passada, os preços dos cereais, dos grãos oleaginosos, lácteos, carnes e açúcar seguiram aumentando por seis meses consecutivos. “Estamos entrando em um terreno perigoso”, disse Abdolreza Abbassian, economista da FAO, para um jornal de Londres. Os preços começaram a aumentar em 2010 após as quebras de safras na Rússia e Europa Oriental, em parte causadas pelos incêndios de verão. Agora, as severas inundações que atingiram a Austrália, quarto maior exportador mundial de trigo, provavelmente afetarão a produção desse cultivo, elevando ainda os preços. Qualquer outro acontecimento, como outro desastre climático em algum país exportador ou um novo aumento do preço do petróleo, sem dúvida alguma fará os preços dispararem, tornando a situação pior que a de 2008 e ameaçando o sustento de milhões de pessoas em todo o mundo.
Não se pode usar a palavra escassez se consideramos que mais de um terço dos cereais produzidos no mundo são usados como alimento para animais, e que uma parte cada vez maior é utilizada para produzir agrocombustíveis. De fato, produziram-se 2,23 bilhões de toneladas de cereais no mundo em 2008, uma cifra sem precedentes. O nível de produção para o período 2010-2011 é levemente menor que o de 2008. A diferença é que, em 2008, foi o arroz que impulsionou a alta de preços, enquanto que, desta vez, é o trigo. Mas, em todo o caso, há uma combinação de fatores agindo: uma má colheita em uma parte do mundo provoca uma pressão sobre o mercado, que envia sinais negativos aos especuladores. Esses então começam a comprar e os preços disparam.