EM IMAGENS: A OPINIÃO DE UM FEMINISTA MASCULINO SOBRE AS MULHERES AFRICANAS



 
O fotografo, blogueiro e poeta Nana Kofi Acquah usa suas viagens ao redor da África para narrar a vida de mulheres em seus ambientes mais vulneráveis.
Auto declarado feminista masculino, ele diz que sua missão é mudar a narrativa em torno das mulheres africanas onde elas são freqüentemente retratadas como vítimas das circunstâncias. O fotografo foi entrevistado por Vera Kwakofi da BBC África para a série 100 Mulheres.
"Para mim, o feminismo é quando podemos criar um mundo onde a mulher tem os mesmos direitos que um homem. Eu acredito que a minha filha tem os mesmos direitos que os meus filhos", disse o fotógrafo.
 
"O amor de minha avó, as lições que ela me ensinou - e para minha mãe - me fez me considerar um feminista e me colocar em uma posição de empurrar fortemente as questões das mulheres, a qualquer momento que eu posso", disse ele.
 
"Eu nunca cheguei a fotografar minha avó Mas quando eu conheci Ama Ata Aidoo -. Um dos meus escritores favoritos - sua sabedoria, seu senso de humor afiado, seu interessante olhar para a vida, imediatamente me lembrei da minha avó."
 
Quando o Sr. Acquah conheceu a ativista liberiana Leymah Gbowee ela ainda não tinha ganho o Prêmio Nobel da Paz por seu papel em acabar com a guerra civil de seu país em 2003. "Você poderia dizer que sua cabeça estava no lugar certo, ela sabia o que ela queria. Ela era uma mulher muito determinada", disse ele.
 
"Em Gagnoa, Costa do Marfim, fotografei Agathe Vanie, uma mulher que tinha trabalhado seu caminho até se tornar um líder para as mulheres agricultoras de cacau. Obstinada e muito afável, ela também tem um restaurante e um negócio de cartões de telefone.”
 
 
Old Fadama, também conhecido como Sodoma e Gomorra, é uma favela na capital de Gana, Accra. Estes jovens trabalhadores migrantes tinha guardado algum dinheiro para construir uma casa de madeira compensada e alumínio, que foi demolida pelo governo. "Tenho certeza de que elas a construírão novamente. Elas nunca desistem" disse o fotógrafo.
 
Esta escola em uma parte remota da Costa do Marfim foi doada por um filantropo. A comunidade nunca teve uma escola, para que as crianças começassem a ir às aulas na parte da manhã, os adolescentes no período da tarde e adultos à noite. "As mães que ainda amamentam lá. Nada poderia levá-los para fora da sala de aula."
 
Alimata Ouedraogo é presidente de um grupo de tecelões em Ponsomtenga, Burkina Faso. Alguns dos tecidos que tecem acabam nos grande desfiles de moda do mundo. "Quando eu cheguei lá eles estavam tecendo para algum projetista do Japão. Ela também estava muito orgulhosa de  estar aprendendo a ler e escrever."
 
"A imagem mais dominante da mulher Africana é como uma besta de carga, carregando um pote  ou  um pouco de lenha na cabeça, ela está sempre sobrecarregada. Eu vejo artistas tentando embelezar ou glorificá-las, mas essa imagem sempre me deprime. "
 
 
 
 
"Não podemos comparar uma mulher a um burro, mas em muitos lugares da África,  é a forma como os homens tratam suas mulheres. Muitos homens têm medo de que, se derem asas a suas mulheres, elas irão para os reinos que os próprios homens nunca poderão alcançar."
 
 
"Um primo me disse uma vez que ele nunca iria se casar com uma mulher que era mais educada do que ele. Essa insegurança que ele expressa como um adolescente é a mesma insegurança que eu vejo em um monte de homens, homens, mesmo bem-educados. Por que um  homem é inseguro frente ao poder e sucesso de uma mulher?”
 

 
"Se uma mulher quer seus filhos na escola, se ela quer alguma coisa melhor, ela tem que trabalhar duas vezes mais duro que seu irmão. Mas o que as mulheres Africanas têm em comum é um belo espírito, forte. Vejo que em todos os lugares que eu vou, mesmo em culturas onde elas são reprimidas e oprimidas, elas são fortes lutadoras".
 
 
Texto e imagens BBC Africa
 
 
 
 
 
 
 

DESMATAMENTO DA AMAZONIA INFLUENCIA SECA DO SUDESTE


 
 
Numa definição solta, a floresta amazônica é um tapete multicolorido, estruturado e vivo, extremamente rico, um tapete que evoluiu nos últimos 400 milhões de anos. Uma colônia gigantesca de organismos que saíram do oceano e vieram para a terra; dentro das folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha. Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células vivas, muito elaborado e adaptado. A floresta tropical é o maior parque tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões, é uma maravilha de miniaturização e automação. Em temperatura ambiente, usando mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, a vida processa átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e de energia. O conforto climático que apreciamos na Terra, desconhecido em outros corpos siderais, pode ser atribuído, em grande medida –além de muitas outras competências–, à colônia de organismos que tem a capacidade de fazer fotossíntese. O gás carbônico (CO2) funciona como alimento para a planta, matéria- prima transformada pelo maquinário bioquímico com o uso de luz e água em madeira, folhas, frutos, raízes. De forma encadeada, quando as plantas consomem CO2, a concentração desse gás na atmosfera diminui. Com isso, num primeiro momento o planeta se esfria, o que faz as plantas crescerem menos, consumindo menos CO2; no momento seguinte, isso leva ao aquecimento do planeta, e assim sucessivamente, num ciclo oscilante de regulação. Desta forma as plantas funcionam como um termostato que responde às flutuações de temperatura através do ajuste da concentração do principal gás-estufa na atmosfera depois do vapor d’água. Mas esta regulação da temperatura via consumo mediado do CO2 é apenas um entre muitos mecanismos da vida que resultam na regulação favorável do ambiente.
Como se verá neste trabalho, as florestas tropicais são muito mais que uma aglomeração de árvores, repositório passivo de biodiversidade ou simples estoque de carbono. Sua tecnologia viva e dinâmica de interação com o ambiente lhe confere poder sobre os elementos, uma capacidade inata e resiliente de condicionamento climático. Assim, as florestas favorecem o clima que lhes favoreça, e com isso geram estabilidade e conforto cujo abrigo favorece o florescimento de sociedades humanas. 
A América do Sul foi um continente privilegiado pela extensiva presença de florestas megabiodiversas. Não por acaso, esse continente teve e ainda tem um dos climas mais favoráveis em comparação com qualquer outro. Contudo, ao longo de 500 anos a maior parte da vegetação nativa fora da bacia Amazônica foi aniquilada, como a mata atlântica, que perdeu mais de 90% da sua cobertura
As florestas favorecem o clima que lhes favoreça, e com isso geram estabilidade e conforto sob cujo abrigo florescem sociedades humanas
 A América do Sul foi um continente privilegiado pela extensiva presença de florestas megabiodiversas. Não por acaso, esse continente teve e ainda tem um dos climas mais favoráveis em comparação com qualquer outro. Contudo, ao longo de 500 anos a maior parte da vegetação nativa fora da bacia Amazônica foi aniquilada, como a mata atlântica, que perdeu mais de 90% da sua cobertura original. O efeito desse desmatamento histórico no clima foi menos notado do que seria de se esperar, e a razão foi a “costa quente” (e úmida) da floresta Amazônica, que manteve o continente razoavelmente protegido de extremos com um clima ameno. Mas, nos últimos 40 anos, a última grande floresta, a cabeceira das águas atmosféricas da maior parte do continente, esteve sob o ataque implacável do desmatamento. Coincidentemente, aumentam as perdas com desastres naturais ligados a anomalias climáticas, tanto por excessos (de chuva, calor e ventos), quanto por falta (secas). As regiões andinas, e mesmo da costa do Pacífico, que dependem do derretimento das geleiras para seu abastecimento de água, estão sob ameaça, já que quase toda a precipitação nas altas montanhas, que suprem as geleiras ano a ano, tem sua matéria-prima no vapor procedente da floresta amazônica. A leste dos Andes a escala da dependência do ciclo hidrológico amazônico é incomensuravelmente maior. As regiões de savana na parte meridional, onde há hoje um dos maiores cinturões de produção de grãos e outros bens agrícolas, também recebe da floresta amazônica vapor formador de chuvas. Não fosse também a língua de vapor que no verão hemisférico pulsa da Amazônia para longe, levando chuvas essenciais, seriam desertos as regiões Sudeste e Sul do Brasil (onde hoje se encontra sua maior infra estrutura produtiva) e outras áreas como o Pantanal e o Chaco, as regiões agrícolas na Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. 
Texto extraído do Relatório de Avaliação para a Articulação Regional da Amazônia (ARA)
Autor Antônio Donato Nobre PHD
Pesquisador Sênior do INPA
Infográfico do G1

NASA PUBLICA IMAGEM QUE MOSTRA EFEITO DA SECA NO SISTEMA CANTAREIRA

Imagens de 2013 e 2014 mostram redução do volume da represa Jaguari.
Sistema Cantareira chegou ao volume de 3% nesta quinta-feira (23).Imagem de cima mostra represa de Jaguari em 16 de agosto de 2013 e imagem de baixo mostra mesma represa em 3 de agosto de 2014 (Foto: NASA Earth Observatory image by Jesse Allen, using Landsat data from the U.S. Geological Survey.)

DEU NO G1

A agência espacial americana (Nasa) publicou duas imagens que mostram os efeitos na seca na represa Jaguari, no Sistema Cantareira, no estado de São Paulo. As imagens foram feitas pelo satélite Landsat 8, em 16 de agosto de 2013 e em 3 de agosto deste ano.
Na imagem mais recente, a área coberta por água aparece bem menor do que na imagem do ano passado. Segundo a agência, a água aparece com uma cor azul-esverdeada mais clara em 2014 por estar mais rasa e com mais sedimentos, de modo que a cor do fundo da represa altera a cor da água da superfície.
Desde que a imagem foi tirada, no início de agosto, o volume do Sistema Cantareira continua diminuindo, chegando a 3% nesta quinta-feira (23). Quando a imagem foi feita, o volume do sistema ainda era de 15%.

NOVO MAPA DA ANTARTIDA REVELA O QUE HÁ DEBAIXO DO GELO


A Antártida mapeada pelo BedMap 2 - sem gelo para mostrar a superfície original.
 
Em seus tempos de esplendor a Antártida estava coberta de bosques frondosos, contava com uma rica fauna e até chegou a desfrutar de um clima tropical. Tudo isso começou a mudar a uns 400 milhões de anos. O gelo foi ganhando espaço, até tornar a Antártida o que é hoje.

Um novo e mais preciso conjunto de dados sobre a topografia oculta da Antártida, sobre o terreno que está oculto sob uma capa de gelo que em algumas regiões supera os 3 km de espessura, revela detalhes fascinantes dessas terras que estão ocultas para o Ser Humano desde o inicio de sua historia como espécie.

Uma paisagem completa de montanhas, colinas, planícies onduladas, vales e depressões profundas.

Esse é o Bedmap2, que fornece uma idéia mais clara e precisa da superfície do continente antártico e que foi desenvolvido por cientistas da British Antartic Survey (BAS).

Isso dá uma compreensão mais detalhada do que está por baixo da maior camada de gelo do mundo, avança nossa compreensão do ambiente subglacial e será de grande ajuda para futuras pesquisas sobre a camada de gelo da Antártica.

Com os primeiros dados do mapa, em 8 de março, os cientistas revelaram que o volume de gelo na Antártida é 4,6% maior do que se pensava antes. A profundidade média do leito da Antártida foi calculada em 95 metros, o que é 60 metros menos do que calculado anteriormente. Verificou-se também que o volume de gelo submerso abaixo do nível do mar é 23 % maior do que o estimado e que o ponto mais profundo que está sob a geleira de Byrd, tem cerca de 400 metros de profundidade.

Para desenvolver o mapa, os pesquisadores recopilaram medições geofísicas, como cálculos de elevação da superfície do gelo com dados da NASA, níveis de elevação da Terra com o satélite IceSat e dados da espessura do gelo com a Operação IceBridge.
Mapa onde se diferenciam as elevações de terreno em cores distintas.