A NASA tem planos para colocar seres humanos em Marte até
2025, e a empresa privada Mars One já está entrevistando candidatos para uma
viagem ao planeta vermelho. A seleção
começou em 2013. Mas, em meio a esta ousada missão, há um mar de dúvidas. Uma
delas é, como é que vamos chegar lá? E, caso isso ocorra, como iremos
sobreviver às condições inóspitas de Marte?
Com as naves espaciais existentes atualmente, estima-se que
as primeiras viagens a Marte deverão durar seis meses de ida e dois anos e meio
de regresso. A mecânica celeste é a responsável por este longo intervalo de
tempo. Com efeito, na ida o veículo ganha tempo em virtude da velocidade da
Terra em sua órbita ao redor do Sol ser duas vezes mais rápida que a de Marte. Assim,
durante a volta a nave será obrigada a percorrer uma revolução e meia ao redor
do Sol para alcançar a Terra. Por isso essa diferença de 5 vezes entre a ida e
a volta. Como o projeto de colonização é só de ida, seriam 6 meses de viagem até
o planeta vermelho. A primeira nave, ou veículo interplanetário, será constituída
de três módulos idênticos, montados como os raios de uma estrela. Esse conjunto
ao girar em torno de seu eixo vai criar uma gravidade artificial, um terço da
terrestre. Nas proximidades do planeta, essas três naves se separam, acionando
seus pára-quedas, ao penetrar na atmosfera marciana. Durante o pouso, os
motores serão usados como retrofoguetes.
Em Marte não há oxigênio, os níveis de radiação são
elevados, ocorrem tempestades de poeira e as temperaturas são hostis aos
humanos. Ao longo dos anos, a NASA testou alguns projetos de habitação em Marte
e, neste ano, a agência espacial norte-americana se uniu ao MakerBot para
encontrar uma solução criativa que possa driblar as grandes dificuldades que
terão que ser vencidas para que seja possível estabelecer uma colonização
humana em Marte.
A primeira base em Marte deverá ser constituída de módulos
semelhantes ao laboratório espacial (space-lab), que servirão de alojamento;
uma central de energia solar fornecerá a eletricidade para a eletrólise da
atmosfera, com o objetivo de produzir o combustível necessário ao regresso das
naves; um módulo de desumidificação da atmosfera, instalado junto à base,
produzirá água necessária à vida; e uma unidade de hidrocultura permitirá o
cultivo de plantas. O planejamento das etapas da colonização do planeta
vermelho já está bem detalhado.
O processo terminará com a seleção de 24 a 40 pessoas que
serão treinadas para a missão que quer enviar ao Planeta Vermelho 24 colonos de
diferentes nacionalidades.
A idéia é que viajem seis grupos de quatro pessoas cada, a
cada dois anos. O primeiro grupo faria a viagem de seis meses em 2025 para
chegar a Marte no ano seguinte.
O custo do programa espacial, estimado em 6 bilhões de dólares,
será totalmente financiado pela iniciativa privada, por meio de patrocinadores
e sócios, contribuições voluntárias e conteúdo midiático gerado pela missão com
a venda dos direitos de transmissão.
O projeto é apoiado por cientistas como o holandês Gerard 't
Hooft, ganhador do Nobel de Física em 1999, embora tenha despertado muitas dúvidas
sobre sua viabilidade.
Até agora, nenhum voo tripulado chegou a Marte, aonde os
Estados Unidos conseguiram mandar robôs. O último deles, o Curiosity, chegou ao
Planeta Vermelho em agosto de 2012.
O veículo interplanetário será construído em órbita
terrestre, na estação espacial internacional. Simultaneamente, uma nave
cargueira não tripulada será lançada em direção a Marte com equipamentos necessários
para a instalação da primeira base marciana. Quando a nave tripulada estiver a
caminho, uma segunda estará sendo montada na estação espacial para que haja um
revezamento do pessoal que partiu primeiro. Assim, oito dos doze astronautas
que haviam permanecido em Marte durante dois anos embarcam nas naves cujos
reservatórios de combustível foram recarregados no próprio planeta, e voltam
para a Terra.
Os quatro que ficaram em Marte deverão preparar a ampliação
da base marciana com a segunda equipe. Desse modo, de dois em dois anos, a
instalação original será ampliada até que veículos maiores desembarquem no
planeta para deixar um maior contingente de homens, mulheres e material. Desse
momento em diante, poderá se falar de uma colonização humana de Marte.
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