GUERNICA - 77 ANOS

O SOFRIMENTO IMORTALIZADO POR PABLO PICASO - GUERNICA

Guernica (ou Gernika, em euskera), capital cultural e histórica do País Basco, região dividida entre a Espanha e a França e com longo histórico separatista, amanheceu no dia 26 de abril de 1937 esperando apenas mais um dia normal, pese a tensão pela guerra que se aproximava cada vez mais da cidade.
Além dos cerca de 5 mil habitantes, a pequena vila encontrava-se lotada de refugiados de outras cidades próximas e de combatentes a caminho de Bilbao, maior e principal cidade da região, para defendê-la dos ataques das tropas de Francisco Franco aliadas às tropas de Hitler e Mussolini.
Às 15h30 a calma da cidade foi quebrada pelo som de sirenes e pelos gritos desesperados da população que buscava refúgio sabendo que se avizinhava um ataque. Este não seria o primeiro contra a população civil de uma cidade basca, dado que no mês anterior Durango havia sido cruelmente bombardeada, custando a vida de quase 300 civis.
CASA DAS JUNTAS
Imediatamente após as sirenes, o primeiro ataque começou, por ordem do tenente coronel alemão Wolfram von Richthofen, da Legião Condor. Um Dornier Do 17 alemão e três Savoias S-79 italianos lançaram toneladas de bombas em uma das pontes da cidade e na estação de trem, atingindo casas e a igreja de São João. Pouco depois, mais três aviões alemães He-111 despejaram sua cota de bombas na cidade.
Às 18h, um novo bombardeio, ainda mais pesado, levado a cabo por 19 Ju-52 alemães que lançaram não apenas bombas explosivas, mas incendiárias, com o objetivo de dizimar a cidade e todos dentro dela. Como se não bastasse, veio um quarto ataque, desta vez com metralhadoras.
A quantidade de fumaça resultante dos bombardeios e do fogo que consumia a cidade tornava difícil a identificação de alvos específicos, o que propiciou ainda mais destruição à medida que bombas e balas eram descarregadas a esmo.
Museu da Paz
Entre 150 e 300 bascos foram mortos, centenas de outros foram feridos e mutilados. E os horrores deste ataque foram contados ao mundo pelo jornalista George Steer, para o The Time de Londres, que visitou a vila pouco após sua destruição, e por Pablo Picasso em seu famoso quadro "Guernica", no qual coloca em uma tela todo o sofrimento e desespero das vítimas inocentes e os horrores da guerra.

Poucos edifícios continuaram em pé na cidade, mas intactos restaram apenas os prédios das Juntas (governo local) e a simbólica Árvore de Guernica, o símbolo máximo da identidade basca e que, reza a lenda, é replantada há milhares de anos no mesmo local como símbolo da resistência e sobrevivência do povo basco.
A ARVORE DE GUERNICA

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